sexta-feira, 1 de junho de 2012

O RABO DO MACACO



ERA UM MACACO QUE RESOLVEU SAIR PELO MUNDO A FAZER NEGÓCIOS. PENSOU, PENSOU E FOI COLOCAR-SE NUMA ESTRADA, POR ONDE VINHA VINDO, LÁ LONGE, UM CARRO DE BOI. ATRAVESSOU A CAUDA NA ESTRADA E FICOU ESPERANDO. QUANDO O CARRO CHEGOU E O CARREIRO VIU AQUELE RABO ATRAVESSADO, DETEVE-SE E DISSE:
- MACACO, TIRE O RABO DA ESTRADA, SENÃO PASSO POR CIMA!
- NÃO TIRO! – RESPONDEU O MACACO – E O CARREIRO PASSOU E A RODA CORTOU O RABO DO MACACO.
O BICHINHO FEZ UM BARULHO MEDONHO.
- EU QUERO O MEU RABO, EU QUERO O MEU RABO OU ENTÃO UMA FACA!
TANTO ATORMENTOU O CARREIRO QUE ESTE SACOU DA CINTURA A FACA E DISSE:
- TOME LÁ, SEU MACACO DOS QUINTOS, MAS PARE COM ESSE BERREIRO, QUE ESTÁ ME DEIXANDO ZONZO.
O MACACO LÁ SE FOI, MUITO CONTENTE DA VIDA, COM A SUA FACA DE PONTA NA MÃO.
- PERDI MEU RABO, GANHEI UMA FACA! TINGLIN, TINGLIN, VOU AGORA PARA ANGOLA!
SEGUIU CAMINHO.
LOGO ADIANTE DEU COM UM TIO VELHO QUE ESTAVA FAZENDO BALAIOS E CORTAVA O CIPÓ COM OS DENTES.
- OLÁ AMIGO! – BERROU O MACACO – ESTOU COM DÓ DE VOCÊ, PALAVRA! TOME ESTA FACA DE PONTA.
O NEGRO PEGOU A FACA MAS QUANDO FOI CORTAR O PRIMEIRO CIPÓ A FACA SE PARTIU PELO MEIO.
O MACACO BOTOU A BOCA NO MUNDO – EU QUERO, EU QUERO MINHA FACA OU ENTÃO UM BALAIO!
O NEGRO, TONTO COM AQUELA GRITARIA, ACABOU DANDO UM BALAIO VELHO PARA AQUELA PESTE DE MACACO QUE, MUITO CONTENTE DA VIDA, LÁ SE FOI CANTAROLANDO:
- PERDI MEU RABO, GANHEI UMA FACA; PERDI MINHA FACA, PILHEI UM BALAIO! TINGLIN, TINGLIN, VOU AGORA PARA ANGOLA!
SEGUIU CAMINHO.
MAIS ADIANTE ENCONTROU UMA MULHER TIRANDO PÃES DO FORNO, QUE RECOLHIA NA SAIA.
- ORA, MINHA SINHÁ – DISSE O MACACO, ONDE JÁ SE VIU RECOLHER PÃO NO COLO? PONHA-OS NESTE BALAIO.
A MULHER ACEITOU O BALAIO, MAS QUANDO COMEÇOU A BOTAR OS PÃES DENTRO, O BALAIO FUROU.
O MACACO PÔS A BOCA NO MUNDO.
- EU QUERO, EU QUERO O MEU BALAIO OU ENTÃO ME DÊ UM PÃO.
TANTO GRITOU QUE A MULHER, ATORDOADA, DEU-LHE UM PÃO. E O MACACO SAIU A PULAR, CANTAROLANDO:
- PERDI MEU RABO, GANHEI UMA FACA; PERDI MINHA FACA, PILHEI UM BALAIO; PERDI MEU BALAIO, GANHEI UM PÃO. TINGLIN, TINGLIN, VOU AGORA PARA ANGOLA!
E LÁ SE FOI MUITO CONTENTE DA VIDA, COMENDO O PÃO.
MONTEIRO LOBATO
EXTRAÍDO DO SITE UNIVERSO DA FÁBULAS

O RABO DO MACACO
O MACACO SEGUIU VIAGEM PARA A ANGOLA, ONDE ENCONTRA SUA MÃE. PEDE A ELA UM RABO DE VOLTA E ENTREGA-LHE O PÃO COMO RECOMPENSA.
TINGLIN, TINGLIN, VOU AGORA PARA CAICÓ...
CHEGANDO EM CAICÓ ENCONTRA A TURMA DO 1º E 2º ANO E DÁ O SEU RABO EM TROCA DE UM AVIÃO DE PAPEL. OS ALUNOS ENTÃO FAZEM O RABO DO MACACO DE CORDA E FICAM PULANDO.
TINGLIN, TINGLIN, SOU FELIZ PORQUE EU NASCI...
Alunos do 1º e 2º ano
Continuação criada a partir da fábula “O rabo do macaco” de Monteiro Lobato.
Caicó/RN, 03 de maio de 2012.

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